domingo, 12 de junho de 2011

Padre morreu defendendo a vida de seus semelhantes.Quanta injustiça!

Entre os dias 16 e 17 de Julho de 2011, acontecerá em Ribeirão Cascalheira - MT, na Prelazia de São Félix do Araguaia, a ROMARIA DOS MÁRTIRES DA CAMINHADA, como tema: TESTEMUNHAS DO REINO. A cada cinco anos, no mês de julho, milhares de pessoas se encontram em Ribeirão Cascalheira - MT, para realizar uma romaria dedicada à memória daqueles que foram mortos defendendo a vida. É um encontro que celebra causas: a indígena, a de negros e negras, mulheres marginalizadas, meninos e meninas de rua, dos operários,os dos sem terra. Os participantes da caminhada renovam seu compromisso com as lutas pela Vida e pela Justiça.

A história

Vindos de um encontro indigenista na área dos Tapirapés, o bispo de São Félix do Araguaia, Dom Pedro Casaldáliga, e o padre jesuíta João Bosco Penido Burnier, coordenador-regional do Conselho Indigenista Missionário (CIMI/MT), desembarcam no povoado com a intenção de participar da festa em homenagem à padroeira. Informados da situação, seguem direto à delegacia para interceder pelas mulheres...

Santana e Margarida são respectivamente a nora e a irmã de um sitiante que, na defesa do próprio filho, atirou e matou um soldado da região. “O soldado tinha prometido matar o filho dele. Quando foi à fazenda cumprir a promessa, o velho já estava esperando e atirou. No dia seguinte, um grupo de dez militares veio atrás”.

Como não encontraram o autor do disparo, levaram presas as duas mulheres e iniciaram uma sessão de tortura para forçá-las a revelar seu paradeiro. “Elas foram forçadas a ajoelhar no milho, em tampas de garrafa, tiveram as unhas e o bico dos seios furado com agulha”, relata outra testemunha do episódio, Eva Domingues da Rocha.

Casaldáliga participará da romaria.
(Foto: Sandra Carvalho)
Ao chegar à delegacia, Casaldáliga e Burnier encontram quatro soldados de prontidão. Eva, que mora nas proximidades do local, é capaz de ouvir quando o padre avisa aos militares que a situação será denunciada às autoridades em Cuiabá. A advertência, porém, não surte efeito algum.

Em vez disso, os policiais se mostram cada vez mais tensos e passam a chamar os religiosos de comunistas e subversivos. Dentre eles, quem decide tomar a iniciativa é o soldado Ezy Ramalho Feitosa, que ataca Burnier com um soco e, em seguida, desfere uma coronhada que o lança ao chão.

Depois, um tiro na cabeça. “Ouvimos tudo, sem poder mostrar reação”, lamenta o marido de Eva, José Carlos da Rocha, um dos primeiros a socorrer o padre em agonia. “Foi como se todo o povoado tivesse parado no tempo, sem saber para onde ir”.

A partir daí, o que se seguiu foi uma tentativa desesperada de salvar a vida do missionário. Atendido em condições precárias no próprio povoado, o padre foi levado em um avião monomotor até o Instituto Neurológico de Goiânia (GO), onde morreu, no dia seguinte.

Padre João Bosco Burnier
Responsável pelo despertar, sete dias depois, de uma pequena revolução naquele distante povoado do Araguaia , a morte de Burnier ainda hoje é um dos mais fortes símbolos da luta travada entre os grandes grupos econômicos apoiados pela ditadura militar e os milhares de peões, índios e posseiros que insistiam em ficar e construir na região o seu futuro.

Simboliza também o destino de tantos outros que, no mais das vezes de forma anônima, perderam a vida em favor de quem menos podia. Desde a sexta-feira, no mesmo local onde Burnier foi assassinado, estes mártires são lembrados por milhares de romeiros, vindos de todas as partes de Mato Grosso, de vários estados do Brasil e até do exterior.

A Romaria dos Mártires da Caminhada - realizada em julho para facilitar a participação dos visitantes, jovens da cidade apresentaram uma peça teatral que reconstituiu o episódio trágico ocorrido há mais de três décadas. 
                                           
                                                   OBSERVAÇÃO
 
Senhores...Sempre foi assim,por essa e por outras pedimos em favor da revisão de pena de Claudemir Gilberto Ramos ,antes que vire mais uma vítima do sistema que somente é acionado depois que o mal já está feito e as pessoas já estão mortas.
Pedimos para as autoridades em geral,que ólhem com carinho para a causa que levou e a formar-se um Comitê em defesa da vida! Não queremos mais mortes! chega de tanta retaliação...queremos vida,liberdade e paz.
Pedimos pela defesa das vidas de Padres e Freiras que em desigualdade vivem ameaçados de morte,com a cabeça a premio tal qual Claudemir,sómente por defenderem os mais humildes os injustiçados.
Tem que haver um basta nessa imoralidade,dando chanse de defesa  a quem por direito o exige.
Que País  é esse que todos gritam que é democrático,mas que essa democracia existe sómente para os ricos,os capitalistas abastados que tem dinheiro suficiente para comprarem a própria liberdade.
Pedimos que haja revisão do processo que incrimina Claudemir Gilberto Ramos,que além de nada provarem de concreto contra o mesmo,acaba de perder o pai,num crime brutal e revoltante,que o mesmo não teve se quér o direito de velar o homem que lhe deu a vida!
Isso Senhores é de fazer chorar o coração mais duro e incencível.
Ajoelhamos ante os pés dos senhores que tem as leis nas mãos tal qual JESUS  no Horto das Oliveiras.para pedir clemenencia por esse sobrevivente,que perdeu o direito a tudo,não sendo bandido,nem deliquente é caçado tal qual um animal.

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