sexta-feira, 1 de julho de 2011

CTB/RO realiza maior encontro sindical da história de Rondônia

CTB/RO realiza maior encontro sindical da história de Rondônia

Noticias - 01/07/11 - 08h36

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em Rondônia realizam no sábado e domingo o 2º Encontro de Sindicalistas da CTB. O evento promete ser o maior encontro sindical da história do Estado, pois deve contar com a presença de sindicalistas de países vizinhos sul-americanos.  
Somente de Rondônia está confirmada a presença de 300 sindicalistas de 46 municípios. “A CTB é a central que mais cresce no País. O encontro vai mostrar a grandeza da entidade que hoje conta com cerca de 8 milhões de filiados no Brasil inteiro”, comemora o presidente da CTB/RO, Francisco Pantera. 
O tema do encontro da CTB, que ocorre em Guajará-Mirim dias 2 e 3 de julho, na AABB, será “Desenvolvimento com Responsabilidade Ambiental e Justiça Social”, uma discussão profunda sobre o desenvolvimentismo sobre a ótica dos trabalhadores.  
De acordo com Pantera, o encontro terá a presença de um dirigente nacional da CTB, o presidente da seccional carioca, Maurício Ramos. O 2º Encontro da CTB prestará uma homenagem ao secretário de Políticas Agrárias, Adelino Ramos, o Dinho, ex-coordenador do MCC, que foi assassinado em Extrema, na luta pela Reforma Agrária.  
Programação:  
Sábado 
14 às 19h - credenciamento 
19h30 – abertura 
20h30 – Plenárias: 
- Mulheres Trabalhadoras;
- Juventude Trabalhadora;
- Trabalhadores Rurais;
- Luta pela Moradia;
- Luta conta o Racismo.  
21h30 - jantar 
22h30 – show cultural com artistas regionais, apresentação de capoeira, boi-bumbá, e artistas bolivianos.  
Domingo 
7h30 as 8h30 – café da manhã 
9h – A CTB no Contexto Internacional e Nacional e o Novo Projeto de Desenvolvimento Nacional – Rondônia no contexto desenvolvimentista
11h30 – Plenária final 
12h – almoço

Grave acidente mata “Zé Gaúcho” na BR 364, um dos lideres da emancipação de Extrema de Rondônia - (Atualizada)

Quinta-Feira , 30 de Junho de 2011 - 21:16

(Matéria atualizada)
José Hermeto Mazurkewicz, conhecido como “Zé Gaúcho”, morreu em um grave acidente no início da noite desta quinta-feira (30) na BR-364, em Porto Velho, juntamente com outra pessoa ainda não identificada.
Figura conhecida e uma das principais lideranças da Ponta do Abunã, ele era um dos principais articuladores que estava a frente do Movimento de Emancipação da Ponta do Abunã, muito conhecido na imprensa e no meio político local. Ele morava há mais de trinta anos na região e tinha o sonho de dar a sua contribuição para dar autonomia ao lugar onde vivia.
De acordo com informações da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Zé Gaúcho dirigia o veículo Santana cor branca de placa LMX 5994, quando tentou ultrapassar um caminhão em uma pista de faixa continua, na altura do Km 437 da BR 364, sentido Porto Velho – Jacy-Paraná.
No momento em que realizava a ultrapassagem, Zé Gaucho colidiu frontalmente com um caminhão que vinha no sentido contrário. Após a colisão frontal, o carro ainda colidiu lateralmente com o caminhão que estava sendo ultrapassado e depois bateu em uma Toyota/Hilux NHE-2210 que também vinha no sentido Jacy-Paraná – Porto Velho.
O corpo está no Instituto Médico Legal para realização de exame tanatoscópio e depois será liberado para sepultamento pelos familiares. Zé Gaúcho estava em Porto Velho, realizando uma série de atividades referente ao seu contínuo trabalho para emancipar os distritos da Ponta do Abunã, tendo inclusive deixado com a equipe de Rondoniaovivo, um texto inédito em que fala sobre a situação da região em que morava e condenando a crescente onda de violência no campo.
Confira o texto de Zé Gaúcho:
COMISSÃO DO SENADO NA   PONTA DO ABUNÃ
Uma comissão composta de quatros senadores, Valdir Raupp – RO, Vanessa Grazziotin, AM. (Presidente da Comissão), Pedro Taques MT e Randolfe Rodrigues AP- acompanhados do secretário do desenvolvimento do governo do estado do Amazonas, representante  da OAB Nacional, delegado da policia Federal e comandante da PM do AM. Delegado da Policia Federal de Rondônia, jornalistas e representantes de entidades,   estiveram  reunidos nesta segunda-feira 06/06/2011 em Extrema de Rondônia, na ponta do Abunã, ponto  de limite entre os três estados, com a  finalidade de  identificar, em audiência pública bastante concorrida pelo público local e adjacências, as causas dos assassinatos de Líderes camponeses em assentamentos (invasões) que vem ocorrendo nestas localidades.
Dentre os que usaram a palavra, foi unanimidade o reconhecimento da ausência do poder Público e a falta de regularização fundiária como os grandes gargalos da questão, somados à impunidade dos assassinos, que apesar das constantes investigações, muitos assassinatos continuam sem a devida solução (elucidação).  
Vale lembrar, que no ano passado (2010) fora morto também em Vista Alegre o Sr Francisco, que era o Presidente da Associação que era comandada por Adelino Ramos, o “Dinho”... Em Nova Califórnia, na fronteira com o Acre, em assentamentos em que Dinho teve participação, fora assassinado o líder Gedeão (2007), e posteriormente sumiram outros comparsas até então não elucidados pela policia.
São fatos condenáveis, pois não se resolve questões com a morte de desafetos, arruma-se outra questão maior e mais complicada. Mas as investigações precisam analisar toda a conjuntura que levou a tais circunstancias, para chegar com precisão ao assassino, afim de que não ocorra atropelamento dos fatos e condenação indevida.
Seria importante que todos os que admitiram terem feito denúncias, fossem ouvidos pela justiça bem à vontade, para que possam detalhar suas informações. Pois é sabido que existe entre os grupos, uma “estratégia secreta”, como se fosse um “código de postura, para chantagear pessoas idôneas ou comprometidas, a fim de garantir o subsídios de seus acampamentos... Este  fator é uma “ faca de  dois gumes ”, pode levantar disputa na aplicação ou divisão do recurso, como pode cansar  alguém, dentre os fornecedores chantageados.
Temos que ser honestos e responsáveis para não manchar uma região rica e pacata, como área de graves conflitos onde impere a prática da pistolagem, pois dentre o povo que aqui habita e trabalha, não há conflito  nem confronto e nem assombro, basta analisar o resultado positivo das festas ou eventos que acontecem com freqüência, onde não há registro de  que nenhum tenha término com briga ou assassinato.
Portanto, para que haja Paz e tranqüilidade para trabalhar e viver em harmonia, é de consenso que o poder público assuma o seu lugar de promover e ordenar as ocupações, fazendo de fato, a regularização fundiária e garantindo o mínimo de estrutura logística para dar suporte as diversas atividades, sejam no campo ou nas cidades.
Os cidadãos e cidadãs de bem, que aqui vivem e que são grande maioria, querem que sejam elucidados os fatos para que possam continuar vivendo em Paz  e isentos de qualquer suspeita...

UM POUQUINHO DE ADELINO RAMOS.

ADELINO RAMOS, (DINHO), sempre lutou por aquilo que ele acreditava,ele achava que todas as pesssoas teriam que se concientizar com os problemas agrário, pelo qual o País,está passando! noentanto ele jamais acreditou que certas pessoas fossem tão maldosas que tirariam sua vida para calar sua vóz! Ele não faria isso,ele não tiraria a vida de uma pessoa para cala-lo! Ele sabia quem eram seus inimigos...mas ele não os matou,ele não contratou pistoleiros para matarem,para ceifar vida da qual outras pessoas dependiam,ele pensava nas familias desses crápulas,ele tinha compaixão,ele tina pena,ele tinha coração! Mas os algozes tinham,piedade,dó,compaixão??? Não! eles não pensaram nas filhas,na esposa,nos parentes do DINHO,eles não pensaram que as filinhas iam chorar e pedir pelo pai e suplicar e gritar e ficar doente de saudades,ele só viam madeiras,dinheiro,poder...isso eles viam,são tocados pela maldade,pela ganacia,pelo CAPITALISMO,eles não tem DEUS, eles não tem coração!

DINHO


Esse homem pacato,brincalhão tem geito de assassino?? Não,ele tem geito de homem justo e trabalhador,que teve sua vida ceifada para mostrar ao mundo que a razão da sua luta era a comida na mesa e a enxada na mão!
Ele só queria isso,olhem senhores o que DINHO queria.arreparem bem...

                                                             



Comida na mesa,terra para plantar,isso é crime?
Não querer ser desumano, ladrão agora é crime?
Meu Deus ADELINO RAMOS homem trabalhador,honrado e decente! Nunca derrubou um pé de árvore com a intenção de se beneficiar.Foi valente e fiel a seus principios até o seu último suspiro.
   Agora vejam o que ele não queria que acontecesse










Inpe revela desmate de 268 km² na Amazônia em maio


São Paulo - O desmatamento da Amazônia subiu 144,4% em maio deste ano, comparado ao mesmo mês do ano passado. O dado é do sistema de alerta do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) chamado Deter, que é rápido e menos preciso. Os satélites mostram que foram desmatados 267,9 quilômetros quadrados em maio de 2011. Em maio de 2010, foram 109,6 km².O Estado que mais desmatou foi Mato Grosso, com 93,7 km² de floresta cortados. Na sequência, aparecem Rondônia (67,9 km²) e Pará (65,5 km²). Em maio do ano passado, Mato Grosso havia desmatado 51,9 km² - ou seja, na comparação, houve um aumento de 80% na destruição de florestas no Estado.
O governo criou um gabinete de crise e intensificou a fiscalização, quando houve explosão do desmatamento no Mato Grosso. Em março e abril deste ano, 480,3 km² foram desmatados só naquele Estado - havia quintuplicado em relação ao mesmo período do ano passado. Avalia-se que, se não houvesse a intervenção do governo, a situação em maio poderia ter sido pior.
De acordo com Dalton Valeriano, do Inpe, foram observados desmatamentos na região de influência das hidrelétricas Jirau e Santo Antônio, do Rio Madeira, em Rondônia. Para Roberto Smeraldi, da Amigos da Terra - Amazônia Brasileira, o caso mais grave agora é o de Rondônia. "Aponta para uma situação de descontrole."
Ele ressalta que no licenciamento das usinas só se leva em consideração o desmatamento ocasionado na área a ser alagada. Não se avalia o desmate que pode ocorrer com a chegada de novas pessoas à região e a especulação em torno das terras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estado e União juntos contra violência




Em reunião a portas fechadas, no Palácio Getúlio Vargas, o governador Confúcio Moura recebeu, na tarde de sexta-feira, o ministro da Justiça José Eduardo Cardoso, a ministra chefe da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, e a secretária Nacional de Segurança Pública, Regina Miki. Também recebeu representantes do Conselho Nacional do Ministério Público, do Conselho Nacional de Justiça, e Ministério da Defesa, para tratar sobre o que Confúcio chamou de “um ousado programa” de prevenção e investigação de homicídios e crimes conexos de repercussão interestadual e internacional.
Discriminada como Operação Defesa da Vida, as ações envolvem os Estados do Pará, Amazonas e Rondônia, cada um com problemas distintos. Um plano do governo do Estado foi entregue ao ministro de Justiça pelo secretário de Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec), Marcelo Bessa. Isso, para José Eduardo, “adiantou a primeira etapa do processo de implantação do programa, já que viemos aqui para juntar ideias e elas já foram reunidas em plano denso, completo que nos motiva para o segundo passo: vamos apresentá-lo em Brasília já na próxima semana em uma reunião onde discutiremos como executá-lo”, declarou o ministro.

Escolta para as pessoas que sofrem maiores riscos

A operação terá duas frentes: o combate a focos de violência em regiões já levantas pelo Ministério da Justiça e aceleração a tramitação de inquéritos para melhorar a possibilidade de apuração e sanção. “Temos a presença física das Polícias Rodoviária e Federal, o apoio logístico das Forças Armadas, além da Força Nacional. Mas, não podemos revelar os pontos de ação, quantos são eles e nem o efetivo da Força Nacional porque isso quebraria o esquema. Além disso, temos a colaboração de delegados e agentes que vão ajudar na celeridade dos processos de inquéritos”, disse José Eduardo.
Na proteção às pessoas ameaçadas, “não podemos dizer que daremos escolta a cada um dos mil nomes que recebemos na lista, se considerarmos que uma escolta é composta por oito agentes. Isso seria impossível. Mas, daremos a escolta para aqueles que sofrem maior risco e criaremos medidas de proteção para as demais”, revela o ministro.

APOIO

Apressada para a reunião conseguinte à do palácio, com representantes da sociedade civil organizada, a ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, considerou que “as ações já desenvolvidas pelo governo do Estado, com a segurança pública e as investigações de mortes, como a do líder do movimento agrário Adelino Ramos, morto há poucos dias, já estão dando bons resultados. Assim, o protocolo que assinamos com o governador Confúcio Moura para a implantação do programa deve oferecer melhores condições de apoio às pessoas ameaçadas no Estado”, declarou. O ministro seguiu do Palácio do Governo para outra reunião de portas fechadas no Tribunal de Justiça do Estado, onde seriam acordadas as formas para dar celeridade às ações judiciais.


Massacre do Corumbiara ganha destaque em audiência na CCJ


Massacre do Corumbiara ganha destaque em audiência na CCJImprimirE-mail
No dia 27 de maio de 2011, Adelino Ramos foi executado na cidade de Vista Alegre do Abunã (RO), ao que tudo indica, em represália por denunciar a extração ilegal de madeira na região. Adelino era lavrador, líder do Movimento Camponês Corumbiara (MCC), e sobrevivente do Massacre dos Corumbiara, um dos piores episódios na história do país de crime por terra.
O assassinato de Adelino foi o último de uma semana marcada por crimes no campo. No dia 24, foi morto em uma emboscada o casal de castanheiros José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, em Nova Ipixuna (PA), que também lutavam em favor do meio ambiente, e no dia 25, foi encontrado o corpo de Herenilton Pereira, morador do mesmo assentamento.
As tragédias recentes reacenderam o debate sobre reforma agrária e provocaram a reação de parlamentares em busca de uma resposta do Legislativo aos conflitos do campo e à impunidade dos crimes contra trabalhadores rurais, especialmente nos Estados do Pará e Rondônia. Com esse espírito foi realizado na tarde do dia 28, audiência pública conjunta das comissões de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) e de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), no Plenário 1 da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Conforme pontuado pelo deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), presidente da CCJC e mediador da primeira parte da audiência, é imprescindível que o “governo enfrente” este debate. “O Brasil já convive há muitos anos com a morte no campo. Então, este debate serve um pouco para provocar a gente no íntimo. Mas, que dessa provocação surjam iniciativas e medidas no tamanho da nossa ação e responsabilidade para uma reação", disse o deputado.
“Vi meu pai deitado naquela maca, com buracos pelo corpo”
Entre os convidados para a audiência, estavam o desembargador Gercino Silva, Ouvidor Agrário Nacional; Gabriel Wedy, presidente da Associação dos Juízes federais do Brasil (AJUFE); Marcelo Nascimento Bessa, Secretário de Estado de Segurança, Defesa e Cidadania de Rondônia; Dom Ladislau Biernaski, representante da Comissão Pastoral da Terra (CPT); Francisco Batista da Silva, representante do Movimento Camponês de Corumbiarar; e Glauceli Ramos, filha de Adelino Ramos, o líder assassinado recentemente, que, prestou um emocionado depoimento. “Hoje tenho a oportunidade de falar do meu pai. Fui a primeira pessoa da família a entrar no IML de Porto Velho (RO) e vi meu pai deitado naquela maca, com buracos pelo corpo, sendo que a única coisa que ele fez na vida foi lutar por justiça e por um direito não só nosso, mas de todo trabalhador”, disse, emocionada.
Há um mês e um dia do falecimento do pai, Glauceli contou outro motivo de tristeza na vida da família: a ausência do irmão Claudemir Gilberto Ramos, o único condenado sobrevivente pelos fatos ocorridos na madrugada de 9 de agosto de 1995, quando ao menos 12 sem-terra foram mortos por policiais militares e pistoleiros na Fazenda Santa Elina. “Meu irmão é um foragido não da Justiça, mas da injustiça. E agora, meu pai foi assassinado cumprindo um dever do Estado, denunciando a ilegalidade”, disse. “Se a reforma agrária é a terra nas mãos de quem por ela trabalha, afirmo que foi por isso que meu pai e meu irmão lutaram”, completou.
CORUMBIARA - A HISTÓRIA
A ocupação da Fazenda Santa Elina, localizada no município de Corumbiara (RO), foi um dos 440 conflitos por terra que ocorreram no Brasil em 1995. No dia 14 de julho, centenas de famílias de trabalhadores rurais sem terra ocuparam uma pequena parte dos 20 mil hectares da Fazenda, por se tratar aquela, uma área não regularizada e, em grande parte, improdutiva.
Na madrugada do dia 09 de agosto, 194 policiais e jagunços fortemente armados cercaram o acampamento e deram início àquele que seria um dos episódios mais tristes da luta pela terra no Brasil: “O Massacre do Corumbiara”. Tiros e bombas de gás foram utilizadas por militares e jagunços contra uma multidão de quase 400 pessoas, incluindo mulheres e crianças. Entre os sem terra mortos estava Vanessa, de apenas seis anos de idade.
A forma como a justiça do Estado cumpriu o mandato de reintegração de posse chocou o país pela violência. O processo transitou em julgado em 15 de maio de 2005 e transferiu para as vítimas a responsabilidade por um dos piores massacres do país. Dentre os responsáveis, está Claudemir Gilberto Ramos, filho de Adelino e irmão de Glauceli. “Eu apelo aos senhores parlamentares para que o Claudemir não seja mais uma das vítimas assassinadas e esquecidas. Peço que seja revisto o caso dele, porquê aquele julgamento foi um teatro”, disse Glauceli.
Deputado João Paulo pede resposta do Legislativo e Executivo
O deputado João Paulo, que acompanha o Movimento Camponês Corumbiara e, desde 2001, participa do Ato em Solidariedade às Vitimas do Massacre de Corumbiara no Município de Osasco (SP), concordou com Glauceli e, na audiência, alertou veemente: “Temos um trabalhador vivendo clandestinamente no Brasil”.
João Paulo considerou o episódio “gritante para a justiça do país”, e disse ser injusta a condenação de Claudemir Gilberto Ramos (oito anos e seis meses de reclusão). “Por isso que, na época, a OEA (Organização dos Estados Americanos) se manifestou, dizendo que o julgamento foi viciado”, disse.
No dia 25 de fevereiro de 2008, o deputado e autoridades do estado de Rondônia solicitaram junto ao Tribunal de Justiça de Rondônia a revisão processual do julgamento. “Dói ver assassinatos sob o nosso governo e não é só como Estado, mas como pessoa, como cidadão. Às vezes, a vontade é de ir até lá, arrancar o problema e resolver com a mão!”, disse.
O deputado pediu aos colegas parlamentares e membros do Executivo empenho na aprovação de propostas em defesa destas e outras comunidades, à margem da sociedade. Como por exemplo, a proposta de emenda a Constituição (438), referente ao trabalho escravo. “Eu acho que deveríamos, deputada Manoela (autora do pedido da audiência, junto com o deputado Luiz Couto - PT-PB), formalizar as intervenções, opiniões e dados levantados nesta audiência, e mesmo com nossa impotência, levar isto à frente e ver o que acontece”, sugeriu o deputado.
A ação foi reconhecida por Glauceli, que entregou ao deputado um Pen Drive com denúncias apuradas por seu pai no Estado de Roraima. João Paulo passou o Pen Drive para o desembargador Gercino Silva. “Meu pai dizia que sabia que estava com uma bala na cabeça e não sabia onde iria parar. Hoje, me sinto na mesma posição por denunciar e pedir justiça. Não sei o que pode me acontecer, mas não tenho medo” disse Glauceli.
A audiência pública foi dividida em duas partes. No segundo momento, a deputada Manoela D´Avila (PCdoB – RS) foi a responsável por conduzir as exposições. Como convidados estavam o capitão Luigi Gustavo Pereira, diretor substitutivo da Força Nacional de segurança Pública do Ministério da Justiça; Ramais de Castro Silveira, secretário executivo da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República; Paulo Maldos, secretário nacional de articulação social da Secretaria Geral da Presidência da República; e Diógenes Ribeiro, vice-presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB).