domingo, 12 de junho de 2011

Acordo prevê proteção para ameaçados de morte no AM





Deste total, 11 atuam no movimento agrário no município de Lábrea, a 702 quilômetros ao sudoeste de Manaus, onde morava Adelino Ramos, assassinado em maio.

Manaus - Órgãos estaduais da área de segurança, Ministério Público do Estado (MP-AM) e a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejus) assinaram, ontem, um acordo para garantir a proteção de lideranças ligadas ao movimento de reforma agrária ameaçadas de morte no Amazonas.

Segundo dados da Comissão Pastoral da Terra do Amazonas (CPT-AM), o Estado possui 30 pessoas ameaçadas de morte por defenderem causas ambientais em áreas de conflito agrário. Deste total, 11 atuam no movimento agrário no município de Lábrea, a 702 quilômetros ao sudoeste de Manaus, onde morava o líder do Movimento Camponês Corumbiara (MCC), Adelino Ramos, assassinado no final do mês passado.

O acordo foi anunciado, ontem, pelo governador Omar Aziz e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, após reunião na sede do Governo do Amazonas. Entre as principais ações definidas pelos governos estadual e federal estão a atuação de forças federais de segurança no Sul do Amazonas e a elaboração de um plano preventivo para evitar conflitos agrários nessa região.

A Polícia Civil, o Tribunal de Justiça do Amazonas e os Ministérios Públicos Federal (MPF) e Estadual também vão adotar medidas conjuntas para acelerar a conclusão de inquéritos policiais relativos a homicídios. A partir deste sábado, uma força tarefa formada por 70 homens da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional de Segurança começam a atuar em Lábrea, no extremo sul do Estado.

Todas estas ações no Amazonas fazem parte da operação ‘Defesa da Vida’, lançada no último dia 2 em Brasília, pela presidenta Dilma Rousseff, para combater mortes no campo nos Estados do Pará, Rondônia e Amazonas. A reunião em Manaus contou com a presença de representantes dos poderes executivo, legislativo e judiciário, incluindo secretários de Estado, órgãos federais, desembargadores, Ministério Público, Conselho Nacional de Justiça, Forças Armadas, Polícias Federal, Militar e Civil.

No Amazonas, o principal alvo da operação será o combate ao comércio ilegal de madeira, identificado pelo governador Omar Aziz como a principal ameaça de conflitos na área. “O Amazonas não tem tradição em crimes de pistolagem, o que vem nos preocupando é o desmatamento ilegal, que não nos traz nenhum benefício e pode gerar conflitos”, disse Omar, ao ressaltar que a abertura de estradas para o transporte de madeira é seguido da ocupação irregular do solo, criando as condições de conflito. Omar Aziz lembrou que esta foi a motivação do assassinato do agricultor Adelino Ramos, no final de maio em Rondônia. Adelino era líder do Movimento Camponês Corumbiara, do Distrito de Vista Alegre do Abunã, em Rondônia, mas também atuava em movimentos contra exploradores ilegais de madeira no Sul do Amazonas.

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