sexta-feira, 1 de julho de 2011

Grave acidente mata “Zé Gaúcho” na BR 364, um dos lideres da emancipação de Extrema de Rondônia - (Atualizada)

Quinta-Feira , 30 de Junho de 2011 - 21:16

(Matéria atualizada)
José Hermeto Mazurkewicz, conhecido como “Zé Gaúcho”, morreu em um grave acidente no início da noite desta quinta-feira (30) na BR-364, em Porto Velho, juntamente com outra pessoa ainda não identificada.
Figura conhecida e uma das principais lideranças da Ponta do Abunã, ele era um dos principais articuladores que estava a frente do Movimento de Emancipação da Ponta do Abunã, muito conhecido na imprensa e no meio político local. Ele morava há mais de trinta anos na região e tinha o sonho de dar a sua contribuição para dar autonomia ao lugar onde vivia.
De acordo com informações da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Zé Gaúcho dirigia o veículo Santana cor branca de placa LMX 5994, quando tentou ultrapassar um caminhão em uma pista de faixa continua, na altura do Km 437 da BR 364, sentido Porto Velho – Jacy-Paraná.
No momento em que realizava a ultrapassagem, Zé Gaucho colidiu frontalmente com um caminhão que vinha no sentido contrário. Após a colisão frontal, o carro ainda colidiu lateralmente com o caminhão que estava sendo ultrapassado e depois bateu em uma Toyota/Hilux NHE-2210 que também vinha no sentido Jacy-Paraná – Porto Velho.
O corpo está no Instituto Médico Legal para realização de exame tanatoscópio e depois será liberado para sepultamento pelos familiares. Zé Gaúcho estava em Porto Velho, realizando uma série de atividades referente ao seu contínuo trabalho para emancipar os distritos da Ponta do Abunã, tendo inclusive deixado com a equipe de Rondoniaovivo, um texto inédito em que fala sobre a situação da região em que morava e condenando a crescente onda de violência no campo.
Confira o texto de Zé Gaúcho:
COMISSÃO DO SENADO NA   PONTA DO ABUNÃ
Uma comissão composta de quatros senadores, Valdir Raupp – RO, Vanessa Grazziotin, AM. (Presidente da Comissão), Pedro Taques MT e Randolfe Rodrigues AP- acompanhados do secretário do desenvolvimento do governo do estado do Amazonas, representante  da OAB Nacional, delegado da policia Federal e comandante da PM do AM. Delegado da Policia Federal de Rondônia, jornalistas e representantes de entidades,   estiveram  reunidos nesta segunda-feira 06/06/2011 em Extrema de Rondônia, na ponta do Abunã, ponto  de limite entre os três estados, com a  finalidade de  identificar, em audiência pública bastante concorrida pelo público local e adjacências, as causas dos assassinatos de Líderes camponeses em assentamentos (invasões) que vem ocorrendo nestas localidades.
Dentre os que usaram a palavra, foi unanimidade o reconhecimento da ausência do poder Público e a falta de regularização fundiária como os grandes gargalos da questão, somados à impunidade dos assassinos, que apesar das constantes investigações, muitos assassinatos continuam sem a devida solução (elucidação).  
Vale lembrar, que no ano passado (2010) fora morto também em Vista Alegre o Sr Francisco, que era o Presidente da Associação que era comandada por Adelino Ramos, o “Dinho”... Em Nova Califórnia, na fronteira com o Acre, em assentamentos em que Dinho teve participação, fora assassinado o líder Gedeão (2007), e posteriormente sumiram outros comparsas até então não elucidados pela policia.
São fatos condenáveis, pois não se resolve questões com a morte de desafetos, arruma-se outra questão maior e mais complicada. Mas as investigações precisam analisar toda a conjuntura que levou a tais circunstancias, para chegar com precisão ao assassino, afim de que não ocorra atropelamento dos fatos e condenação indevida.
Seria importante que todos os que admitiram terem feito denúncias, fossem ouvidos pela justiça bem à vontade, para que possam detalhar suas informações. Pois é sabido que existe entre os grupos, uma “estratégia secreta”, como se fosse um “código de postura, para chantagear pessoas idôneas ou comprometidas, a fim de garantir o subsídios de seus acampamentos... Este  fator é uma “ faca de  dois gumes ”, pode levantar disputa na aplicação ou divisão do recurso, como pode cansar  alguém, dentre os fornecedores chantageados.
Temos que ser honestos e responsáveis para não manchar uma região rica e pacata, como área de graves conflitos onde impere a prática da pistolagem, pois dentre o povo que aqui habita e trabalha, não há conflito  nem confronto e nem assombro, basta analisar o resultado positivo das festas ou eventos que acontecem com freqüência, onde não há registro de  que nenhum tenha término com briga ou assassinato.
Portanto, para que haja Paz e tranqüilidade para trabalhar e viver em harmonia, é de consenso que o poder público assuma o seu lugar de promover e ordenar as ocupações, fazendo de fato, a regularização fundiária e garantindo o mínimo de estrutura logística para dar suporte as diversas atividades, sejam no campo ou nas cidades.
Os cidadãos e cidadãs de bem, que aqui vivem e que são grande maioria, querem que sejam elucidados os fatos para que possam continuar vivendo em Paz  e isentos de qualquer suspeita...

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